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domingo, 5 de maio de 2013

Sermão sobre Jó 7:1-6





Escultura de Ron Mueck


João Calvino

Quando me deito, pergunto: Quando me levantarei? Pela manhã eu digo: Quando a noite virá? 

Reparemos que isso foi registrado para mostrar que uma consciência oprimida pelo julgamento divino está sempre em inquietação e sobressalto. Vede como Moisés fala sobre isso ao tratar  das horríveis vinganças de Deus sobre os que obstinadamente persistem em desobedecer à Lei de Deus. Tua vida (diz ele), estará suspensa diante de ti como sobre uma linha (Dt 28.66,67). Pela manhã tu dirás: Quem me fará viver até o anoitecer? Contudo, Jó fala aqui dessa tentação que sentiu, a saber, que as noites lhe eram longas demais, e os dias excessivamente tristes. Como se dissesse: Um dia dura para mim mais do que um ano, sim, mais do que a vida de um homem, outra coisa não faço senão definhar, não em certos males costumeiros, mas em tormentos tão horríveis que me desfaço sob a mão de Deus. Ora, quando vemos que essa tentação aqui sobreveio a Jó, recorramos ao remédio em que toquei: isto é, reconhecer que cabe a Deus dispor de nós e de todas as nossas desgraças. O tempo, todavia, parece-nos longo? Oremos a Deus, para que nos faça achar bom tudo o que ele dispõe. Pois, de outra forma, o que fazemos senão irritar a Deus como Jó? Não que este quisesse fazê-lo, entretanto, não deixa de ser censurável pelas palavras todas que levianamente lhe escaparam, as quais lançou contra Deus, como se o quisesse irritar. Então, que retornemos àquele ponto e digamos: Como? Pertence a ti fixar o prazo? Não está na mão de teu Deus? Queres tu tirar-lhe o ofício? O que queres tu, pobre criatura? Onde queres tu chegar quando fizeres tal usurpação? Não é quebrar teu pescoço quando, sem asas, queres voar acima dos céus? Sendo assim, aprendamos a andar em humildade, e oremos a Deus para que achemos bom o que ele dispor para nós e para que possamos aquiescer, dizendo: Senhor, tu és justo em todos os teus feitos, tu és sábio; por conseguinte, conceda-nos a graça de não cessar de te louvar e de dar a ti esta glória, que tudo o que nos envias seja por nós recebido como sendo de tua mão, e que possamos nos moldar (renger) a isso, por mais que à carne seja-nos duro e amargo sofrê-lo. Isso é o que temos que notar sobre essa passagem.

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