“Missão”
é primordialmente oferecer-se a Deus, todos os dias, para ser
santificado. Também é guiar espiritualmente a família e os mais
próximos, em um trabalho lento, cotidiano e interior. Quando as
“missões” são consideradas apenas em uma dimensão exterior, em
que não se contempla a interior, somos como pobres legalistas
pragmáticos, orientados somente para o fazer, imprestáveis para
adorar a Deus e pôr em prática o amor ao próximo, algo só
possível com paciência e olhos atentos. Porém, quando
privilegiamos o alvo correto, não somos tão ativistas, mas vivemos
a missão primordialmente onde deve ser vivida: dentro de nós, em
nossos corações, onde está o trono de Deus; e, dali, espraiando-se
para fora. É nesse reino da interioridade, habitação do Espírito
Santo, que serão esmagados, pela graça de Deus, todos os pecados
graves que nos impedem de ter a disposição para amar. É ali que
tudo começa; se não começar ali, não terá começado de modo
algum (e precisa recomeçar a cada dia!). De fato, amar é o
principal de todos os mandamentos, de acordo com Jesus: em primeiro
lugar, amar a Deus com todo o coração, toda a alma, todo o
entendimento e toda a força; em segundo, amar o próximo como a si
mesmo (Mc 12.30-31). Não é amar a “obra de Deus”, entenda! É
amar como em círculos concêntricos que se propagam: primeiro, Deus,
o único a ser adorado; segundo, o seu lar, esposa e filhos;
terceiro, os mais próximos, e dali em diante. Os desconhecidos
necessariamente virão depois. Mas, se conseguimos nos convencer de
que amamos primeiro o “povo de Deus”, as “tribos inalcançadas”,
os “pobres”, os “oprimidos” ou qualquer outra abstração
conveniente, por quem jamais poderemos ter uma responsabilidade
direta e individualizada, não estamos demonstrando, prestes a deixar
de lado os mais queridos e os dependentes reais, que temos um ídolo
no coração? Um ídolo que, mascarado de amor, levará à destruição
de nosso lar e da nossa alma.
Texto
integral:
http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=271
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